Projetos underground
Projetos underground é uma rubrica dedicada a dar a conhecer ao nosso público projetos mais pequenos!
Booby Trap
Booby Trap, no inglês, é utilizado como uma expressão definida como algo perigoso, especialmente uma bomba, que está escondido em algum lugar que parece seguro. De facto, os Booby Trap não fogem muito à aceção desta expressão idiomática.
Os Booby Trap são uma banda aveirense, constituída na sua formação original por Pedro Junqueiro (voz), Pedro Azevedo (guitarra), Miguel Santos (bateria), Nuno Barbosa (guitarra) e Ricardo Melo (baixo), que navega pelos mares do Metal e do Crossover, começando a sua expedição em 1993, mantendo-se sobre os holofotes da escuridão do movimento underground português até 1997. Estão entre os ‘fundadores’ do movimento musical desenvolvido na região que viria a ser conhecido a nível nacional como “Aveiro Connection”. Voltaram-se a reunir, após 15 anos de interregno, em 2012.
Começaram a sua jornada pelos concursos de música nacionais. Obtendo um prodigioso 1º lugar no Concurso de Música Moderna do Porto, entre mais de 40 bandas, na altura com um elenco de júris bastante digno, composto por Hugo Moutinho, do ainda Jornal Blitz, Adolfo Luxúria Canibal, vocalista dos Mão Morta, Paulo Barros, membro dos Tarântula, João Ribas, dos Censurados e dos Tara Perdida, e Paulo Rocha da Rádio Minuto.
Estrearam-se para o público geral, em 1994, com ‘Brutal Intevention’, uma demo. Juntaram-se, em 1996, com Locus Horrendus e TIT, ambas bandas brasileiras para dar à luz o Split-CD ‘Mosh It Up’. Dando incontáveis concertos até 1997 por todo o território nacional. Andando cada membro explorando novos cantos da música durante 15 anos. Em 2012, a aguardada reunião da banda aconteceu por mão do Festival Vértice (organizado pela Câmara Municipal de Aveiro), no Teatro Aveirense.
Nesta nova fase de banda, os três elementos fundadores recebem um reforço de peso, Carlos Ferreira, ex membro dos Deep Pression e Hu-Matic, passando a tocarem apenas com uma guitarra.
Depois da receção calorosa do publico nostálgico, a banda decidiu dar continuidade ao seu projeto.
Em novembro de 2013, emergiram do longo mergulho, com ‘Survival’, álbum de estúdio com oito temas e uma faixa bónus com a participação especial de Zé Luís Rocha, vocalista dos The Last of Them. O álbum foi reeditado em CD e em vinil (ambos em 2014) com uma cover dos Motörhead a embrulhar o álbum.
A 18 de maio de 2015, deu-se a reedição de ‘Brutal Intervention’, que pôs fim à relação do baterista Miguel Santos com a banda, pelo facto da reedição da demo-tape ter sido realizada contra a sua vontade. Substituído 3 dias depois por Hugo Lemos.
No ano de 2016 editam o seu segundo LP ‘Overload’. No ano seguinte, realizam dois splits com os Albert Fish e um EP a título próprio denominado de ‘Drunkenstein’.
Já em 2018, o baixo também é substituído, entregando a pasta Carlos Ferreira a Fernando Santos.
Em 2019, lançam o seu terceiro LP, ‘Stand Up and Fight’ e um atípico EP, de inéditos trinta e sete segundos de duração, ‘Beers in Heaven’.
Em formato de split-CD, com Pitch Black e Buried Alive, os Booby Trap voltam ao trabalho com participação em seis das faixas em ‘Bastards United’ (2016). Também nesse ano o elenco destes atores musicais é enriquecido por Miguel Azevedo na guitarra, filho de Pedro Azevedo.
Como lançamento mais recente apresentam-nos “The End of Time” (2023), disponível no Spotify, um álbum acarinhado pela crítica como um dos melhores discos de 2023 dentro do Metal/Rock.
Texto: Filipe Borges
Imagem: Laura Macedo